sábado, 5 de abril de 2014

Eleições 2014: pontos fracos e fortes dos presidenciáveis



Eleições 2014: pontos fracos e fortes dos presidenciáveis




Presidente Dilma Rousseff desponta na liderança e poderá ganhar no primeiro turno




No dia 5 de outubro, os brasileiros vão eleger os novos representantes da política nacional. Senadores, governadores e deputados federais e estaduais serão eleitos ou reeleitos pelo povo que, mais uma vez, depositará neles a confiança de que dias melhores virão. Mas, sem dúvida, dentre todos os cargos postulados, o mais disputado e desejado é o de presidente da república. E nessa disputa, a presidente Dilma Rousseff aparece à frente de seus oponentes nas pesquisas.

Segundo o instituto Datafolha, a presidente tem 47% das intenções de voto, contra 17% do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves e 12% do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. O que chama e muito a atenção é outro cenário, com a ex-senadora do Acre Marina Silva, no lugar de Campos. Dilma, nesse caso, ficaria com 43%, Marina em segundo com 23% e Neves em terceiro, com 15%.

Para a presidente Dilma, existem alguns pontos negativos e positivos que podem ser determinantes para sua reeleição. Pelo lado positivo, o governo federal investiu em habitação e entregou, de acordo com o portal oficial do governo brasil.gov.br, 1,5 milhão de casas e apartamentos populares entre 2011 e 2013. Outro ponto interessante é o avanço, importante mas ainda modesto, na educação. Segundo a jornalista e colunista do jornal Folha de São Paulo, Mônica Bergamo, entre 2010 e 2013, o número de crianças do ensino fundamental que passaram a estudar e ficar em período integral nas escolas saltou de 1,3 milhão para 3 milhões no ano passado, um aumento de 139%.

Dos pontos negativos do governo Dilma, a serem explorados por seus adversários, estão às manifestações populares de junho de 2013, que prometem voltar no período da Copa do Mundo e podem, como consequência, atingir a popularidade da presidente, a apenas quatro meses das eleições e a desaceleração econômica, em que o crescimento do PIB passou de 7,5% em 2010, ainda com Lula como presidente, para uma previsão de 2,5% este ano, o que diminuiu o consumo, a geração de empregos e o poder de compra do brasileiro na gestão atual.

 Aécio Neves é cotado e praticamente um nome certo do PSDB para concorrer à presidência. Apesar de ter feito um governo bem avaliado pela população mineira, com 92% de avaliação positiva, segundo o instituto Vox Populi, seu nome ainda é intrinsecamente relacionado ao eleitorado mineiro, sendo pouco conhecido no cenário nacional, faltando pouco mais de oito meses à disputa presidencial.

Além disso, Neves enfrenta uma disputa interna em seu partido com o ex-governador de São Paulo, José Serra, que também não esconde o desejo de se candidatar a presidente mais uma vez, o que divide o partido entre os dois nomes e impossibilita, com isso, o lançamento de um projeto consistente de oposição, com ideias claras e candidato definido com antecedência.

Eduardo Campos vive situação semelhante à de Neves. Atual governador de Pernambuco, Campos possui, de acordo com o instituto IBOPE, 58% de aprovação dos pernambucanos, mas seu eleitorado também se restringe ao estado nordestino. Outro ponto complicado é o fato de Campos ter vinculado sua imagem e seu governo, sobretudo em seu primeiro mandato, ao do ex-presidente Lula e até mesmo no início do mandato de Dilma, o que dificulta seu posicionamento oposicionista e sua proposta de mudança.

Será preciso mostrar ao Brasil que Campos têm projetos que podem ser similares aos dos petistas, mas que atingirão camadas maiores da sociedade. Senão, o eleitorado poderá pensar que Campos é apenas mais do mesmo. Mas o maior desafio será convencer os aproximadamente 19,5 milhões de eleitores de sua aliada Marina Silva, a votarem nele. Seu partido, PSB, deverá frisar na campanha que assim como em 2010 as pessoas votaram em Marina, que saiu do governo do PT, porque assim como ela queriam uma mudança social, agora o representante dessa mudança é também um ex-aliado petista, Eduardo Campos.

Eleição para presidente é igual a tabuleiro de xadrez. Uma peça (entenda-se aliados) pode fazer toda a diferença para vencer no primeiro turno ou provocar um segundo, com mais debates e ideias discutidas.